terça-feira, 10 de abril de 2007

Vizinhança

Eu gosto de explicações e busco o porquê e o como de várias coisas que acontecem na minha vida e na vida dos outros, mesmo para as coisas que não têm explicações.
Tento não precisar delas para tudo na vida, mas faço questão de tentar entender o motivo das coisas. Não me faz falta, por exemplo, entender a gravidade, nunca entendi direito esse negócio durante o colégio e por incrível que pareça eu acho que posso perfeitamente viver sem essa explicação, mas eu adoraria saber como os cachorros entendem seus donos, como funcionam certas mágicas no circo e como ou por que algumas pessoas vêem fantasmas. Eu costumo tentar entender os comportamentos humanos, ou melhor, o comportamento de algumas pessoas... Mas para tais entendimentos já existem profissionais que estudam anos e se dedicam a entender o que passa na cabeça e coração das pessoas, então não vou dar uma de entendida ou de psicóloga, porque não sou, nem tenho a menor vocação para isso.

Uma coisa que todo mundo já entendeu é que as mulheres querem parecer mais do que realmente são, por isso às vezes elas se comportam de formas estranhas. O que me deixa interessada em entender é porque uma mulher se comporta de maneira estranha em relação a mim. Ela mora no meu prédio e tem mania de querer parecer legal. Ela é legal, mas é estranha a forma de como ela quer parecer muito mais legal do que ela é. Ela tentava ser legal comigo, mas eu percebia que alguma coisa em mim a incomodava.
Um dia eu estava muito apressada para uma reunião muito importante do trabalho, corri para pegar o elevador e encontrei minha "amiga" no mesmo. Pedi para ela esperar cinco segundos enquanto eu voltava pra pegar meu crachá da empresa que eu havia esquecido. Ela não só foi embora com o elevador como apertou em vários andares pra ele demorar a voltar ao meu andar, com uma desculpa cínica de que “alguém estava batendo”. Não estava, e se estivesse era coisa muito rápida, não ia doer nada esperar por mim que corria o risco de ficar queimada com meu chefe por causa de 10 minutos de atraso. Contando assim parece duas crianças brincando no elevador, mas na hora uma raiva incontrolável tomou conta de mim e eu gritei no buraco do elevador sem me dar conta do que eu estava falando: “Invejosa”. Foi assim que eu descobri o que tanto incomodava a moça. Ela não se sentia bonita, não conseguiu se dar bem na profissão, estava há um bom tempo sem namorado e não tinha as roupas que eu tinha. Pronto, estava explicado.

Eu não tinha o direito de ser tão mal educada com minha vizinha, mas agora eu me sinto aliviada de ter cortado relações com uma pessoa que só queria meu mal. Eu que nunca tive inimigos, agora ganhei uma que vale por três e com quem ainda terei que dividir o elevador.

Ludmila


Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahahahaha

conheço muita gente assim!